domingo, 30 de junho de 2013
Que é o dom das línguas?
Um exemplo posterior pode ajudar a entender:
"O maravilhoso vaso do Espírito Santo monsior Santo Antônio de Pádua, um dos escolhidos discípulos companheiros de São Francisco, a quem São Francisco chamava de seu bispo, pregando uma vez diante do Papa e dos cardeais em um consistório em que havia homens de diversas nações, isto é, grega, latina, francesa, alemã, eslavos e ingleses, e de outras diversas línguas do mundo, inflamado pelo Espírito Santo, propôs a palavra de Deus tão devota, sutil, doce, clara e indelevelmente, que todos os que estavam no consistório, embora fossem de diversas línguas, entendiam clara e distintamente todas as suas palavras, como se ele tivesse falado na língua de cada um deles.
E todos estavam estupefatos, e parecia que se havia renovado aquele antigo milagre dos Apóstolos no tempo de Pentecostes, os quais falavam em todas as línguas por virtude do Espírito Santo.
E diziam um ao outro, com admiração: “Não é da Espanha esse que prega? E como ouvimos todos nós que ele fala nas línguas de nossas terras?”. O Papa, semelhantemente, considerando e se maravilhando da profundidade de suas palavras, disse: “Verdadeiramente este é a arca do Testamento e armário da Escritura divina”. Para louvor de Jesus Cristo e do pobrezinho Francisco. Amém."
(I Fioretti de São Francisco, cap. XXXIX)
Nem todos falavam a mesma lingua, mesmo em Jerusalém se falava aramaico, muitos em grego, alguns poucos hebraico e menos ainda em latim. Fora as outras linguas descritas em Atos.
"Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar.
De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados.
Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles.
Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.
Achavam-se então em Jerusalém judeus piedosos de todas as nações que há debaixo do céu.
Ouvindo aquele ruído, reuniu-se muita gente e maravilhava-se de que cada um os ouvia falar na sua própria língua.
Profundamente impressionados, manifestavam a sua admiração: Não são, porventura, galileus todos estes que falam?
Como então todos nós os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna?
Partos, medos, elamitas; os que habitam a Macedônia, a Judéia, a Capadócia, o Ponto, a Ásia,
a Frígia, a Panfília, o Egito e as províncias da Líbia próximas a Cirene; peregrinos romanos,
judeus ou prosélitos, cretenses e árabes; ouvimo-los publicar em nossas línguas as maravilhas de Deus!
Estavam, pois, todos atônitos e, sem saber o que pensar, perguntavam uns aos outros: Que significam estas coisas?"
(Atos 2,1-12)
Porém existe uma manifestação do dom das linguas de outra forma, como está relatado em 1 Corintios:
"Empenhai-vos em procurar a caridade. Aspirai igualmente aos dons espirituais, mas sobretudo ao de profecia.
Aquele que fala em línguas não fala aos homens, senão a Deus: ninguém o entende, pois fala coisas misteriosas, sob a ação do Espírito.
Aquele, porém, que profetiza fala aos homens, para edificá-los, exortá-los e consolá-los.
Aquele que fala em línguas edifica-se a si mesmo; mas o que profetiza, edifica a assembléia.
Ora, desejo que todos faleis em línguas, porém muito mais desejo que profetizeis. Maior é quem profetiza do que quem fala em línguas, a não ser que este as interprete, para que a assembléia receba edificação.
Suponhamos, irmãos, que eu fosse ter convosco falando em línguas, de que vos aproveitaria, se minha palavra não vos desse revelação, nem ciência, nem profecia ou doutrina?
É o que se dá com os instrumentos inanimados de música, por exemplo a flauta ou a harpa: se não produzirem sons distintos, como se poderá reconhecer a música tocada?"
(1 Corintios 14, 1-7)
No dom de línguas se apresentam o “orar em línguas” e o “falar em línguas”. O orar em línguas é pessoal e voltado para Deus. Só o Senhor entende essa oração e, em geral, ela não é interpretada. Já o falar em línguas é uma mensagem para as pessoas que estão reunidas em oração, e só tem finalidade se dela resultar uma interpretação.
“Por isso, quem fala em línguas, peça na oração o dom de interpretação"
(1 Cor 14,13)
Mas esses dons não devem ser levados com abuso ou algo corriqueiro.
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