Com efeito, no Decálogo se lê no terceiro mandamento:
"Lembra-te de santificar o dia de sábado. Trabalharás durante seis dias, e farás neles as tuas obras. O sétimo dia, porém, é o sábado do Senhor teu Deus"
(Exodo 20, 8-10).
A Igreja, após a ressurreição de Cristo, passou a santificar o primeiro dia da semana, no lugar do sábado.
O motivo é que Jesus ressuscitou no Domingo, primeiro ou oitavo dia da semana, inaugurando a Nova Criação, libertada do pecado.
Assim o Domingo (= dominus, dia do Senhor) é a plenitude do Sábado judaico. Sabemos que o Antigo Testamento é um figura do Novo; o Sábado judaico é um figura do Domingo cristão.
O Catecismo da Igreja assim explica:
§2175 – “O Domingo distingue-se expressamente do sábado, ao qual sucede cronologicamente, cada semana, e cuja prescrição ritual substitui, para os cristãos. Leva à plenitude, na Páscoa de Cristo, a verdade espiritual do Sábado judaico e anuncia o repouso eterno do homem em Deus. Com efeito, o culto da lei preparava o mistério de Cristo, e o que nele se praticava prefigurava, de alguma forma, algum aspecto de Cristo (1Cor 10,11)”.
Os Apóstolos celebravam a Missa “no primeiro dia da semana”; isto é, no Domingo, como vemos em Atos 20,7: “No primeiro dia da semana, estando nós reunidos para a fração do pão…”
Em Mateus 28, 1 vemos: “Após o Sábado, ao raiar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria vieram ao Sepulcro…”
Em Apocalipse 1, 10, São João fala que “no dia do Senhor, fui movido pelo Espírito…” e a coleta era feita “no primeiro dia da semana” (1 Cor 16,2).
A Epístola de Barnabás (de 74 d.C.) um dos documentos mais antigos da Igreja, anterior ao Apocalipse, dizia:
“Guardamos o oitavo dia (o domingo) com alegria, o dia
em que Jesus levantou-se dos mortos”
(Barnabás 15:6-8).
Aqueles que estavam presos às velhas coisas vieram a uma novidade de confiança, não mais guardando o sábado, porém vivendo de acordo com o ‘dia do Senhor’”.
(Inácio, 100 A D).
Santo Inácio de Antioquia (†107), mártir no Coliseu de Roma, bispo, dizia: “Aqueles que viviam segundo a ordem antiga das coisas voltaram-se para a nova esperança, não mais observando o Sábado, mas sim o dia do Senhor, no qual a nossa vida foi abençoada, por Ele e por sua morte”
(Carta aos Magnésios. 9,1).
“No dia chamado domingo há uma reunião num certo lugar de todos os que habitam nas cidades ou nos campos, e as memórias dos apóstolos e os escritos dos profetas são lidos”
(Justino Mártir, 140 d.C.).
“Devido à Tradição Apostólica que tem origem no próprio dia da ressurreição de Cristo, a Igreja celebra o mistério pascal a cada oitavo dia, no dia chamado com razão o dia do Senhor ou Domingo” (SC 106). O dia da ressurreição de Cristo é ao mesmo tempo “o primeiro dia da semana”, memorial do primeiro dia da criação, e o “oitavo dia”, em que Cristo, depois do seu “repouso” do grande Sábado, inaugura o dia “que o Senhor fez”, o “dia que não conhece ocaso”.
(Cat. §1166)
São Justino (†165), mártir, escreveu: “Reunimo-nos todos no dia do sol, porque é o primeiro dia após o Sábado dos judeus, mas também o primeiro dia em que Deus, extraindo a matéria das trevas, criou o mundo e, neste mesmo dia, Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dentre os mortos“
(Apologia 1,67).
São Jerônimo (†420), disse:
“O dia do Senhor, o dia da ressurreição, o dia dos cristãos, é o nosso dia. É por isso que ele se chama dia do Senhor: pois foi nesse dia que o Senhor subiu vitorioso para junto do Pai. Se os pagãos o denominam dia do sol, também nós o confessamos de bom grado: pois hoje levantou-se a luz do mundo, hoje apareceu o sol de justiça cujos raios trazem a salvação.”
(CCL, 78,550,52)
Cristo mesmo, já havia explicado qual o sentido do sábado:.
“Atravessava Jesus os campos de trigo num dia de sábado. Seus discípulos, tendo fome, começaram a arrancar as espigas para comê-las. Vendo isto, os fariseus disseram-lhe: Eis que teus discípulos fazem o que é proibido no dia de sábado. Jesus respondeu-lhes: Não lestes o que fez Davi num dia em que teve fome, ele e seus companheiros, como entrou na casa de Deus e comeu os pães da proposição? Ora, nem a ele nem àqueles que o acompanhavam era permitido comer esses pães reservados só aos sacerdotes. Não lestes na lei que, nos dias de sábado, os sacerdotes transgridem no templo o descanso do sábado e não se tornam culpados? Ora, eu vos declaro que aqui está quem é maior que o templo. Se compreendêsseis o sentido destas palavras: Quero a misericórdia e não o sacrifício... não condenaríeis os inocentes. Porque o Filho do Homem é senhor também do sábado.”
Mateus 12, 1-8
Os cristãos, após a ressurreição de Cristo, passaram a santificar o primeiro dia da semana, no lugar do sábado. O motivo mais importante é que Jesus ressuscitou no Domingo, inaugurando a “nova Criação”.
Os 4 Evangelhos reforçam uma simbologia ao primeiro dia (domingo):
"E, no fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro.
E eis que houvera um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do céu, chegou, removendo a pedra da porta, e sentou-se sobre ela. "
Mateus 28:1-2
“Tendo Jesus ressuscitado de manhã, no primeiro dia da semana apareceu primeiramente a Maria de Magdala, de quem tinha expulsado sete demônios.”
Marcos 16, 9
“No primeiro dia da semana, muito cedo, dirigiram-se ao sepulcro com os aromas que haviam preparado.”
Lucas 24, 1
“No primeiro dia que se seguia ao sábado, Maria Madalena foi ao sepulcro, de manhã cedo, quando ainda estava escuro. Viu a pedra removida do sepulcro.”
João 20, 1
Portanto vemos que tanto a história do cristianismo primitivo nos mostra que o domingo sempre foi guardado pelos cristãos, como desde a época dos Apóstolos ele já era assim.
"Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos SÁBADOS, Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo."
Colossenses 2:16-17
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